Esse silêncio é atroz em toda a dor que traz
Mais árido do que o mais árido dos desertos
Em que definho tanto e tão lentamente
E eu não aprendi a atravessar desertos
Nem a angústia das horas mais tenebrosas
O inferno de minhas noites mais silenciosas
Sou todo feito de lembrança e imaginação
De um teu sorriso que era luz na escuridão
E de teus olhos duas estrelas num céu triste
Perdido é que ainda ouço o som de tua voz
Entremeado em nossas músicas preferidas
Procuro por teu cheiro em mim, fora de mim
Mas se sinto que posso é apenas pura ilusão
Tua imagem impressa eu escondo
Mas permanece indelével no pensamento
Não aprendi ainda a atravesssar esquecimentos

Sonhei ontem que andava pelas ruas
Maltrapilho, na plenitude da pobreza
Na minha miséria faltava apenas
O som de uma voz, a luz dum sorriso
Um par de estrelas distantes
Que eram olhos a velar por mim
Então a miséria não era nada
Eu tinha a certeza de um Sol
Em chamas eternas a me consumir
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 04/10/2010
Reeditado em 01/08/2021
Código do texto: T2538125
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