SEM PALAVRAS
Trago nas mãos
A pena que outrora empunhei
Não compus romances nem odes heróicas
Também talento não demonstrei
Para teses filosóficas.
Mas vivendo meu tempo em sincera vivência
Nada neguei porque não poderia assim agir
Se desmentisse o que vivera
Herdeiro de Silvério seria.
Mas fiel às minhas convicções
Sou pela vida grato e eterno devedor
Porque nunca poderei retribuir
Os presentes que a mim proporcionou.
Já se disse que o ouro a tudo compra
E por eles nações e vidas se dizimaram
Porém só assim pode e não de outra maneira
Para aquele que desconhece o tesouro que é
A amizade e tudo que com ela vem.
Caminho minha estrada como se nova fosse
Porque o tanto já percorrido
Não voltará mesmo que eu queira
Mas também não esqueço o já percorrido
Porque só sabe mensurar o que falta
Aquele que trás nos pés e suor no rosto
As marcas do percurso vencido.
Assim me são as pessoas que encontro
Porque delas sei que terei algo em mim
Sendo um homem do mundo como sou
Tenho a humanidade dentro de mim.
A minha mão não empunha espada
E minha voz junta aos meus grita
E aquele que se põe frente a nossa fortaleza
Sucumbirá tão logo nos vê prontos e decididos.