É IMPOSSIVEL ESTAR PREPARADO
Nunca estamos realmente preparados para receber o impacto que a morte nos pode causar. Por maior conhecimento que possuirmos sobre ela ,suas causas e efeitos, sempre serão: muito doloridas e cruéis!
As perdas, conforme o nosso relacionamento, nossa afinidade, tempo de convivência, grau de parentesco: pai, mãe, irmãos, filhos, tios, primos e amigos, são simplesmente inaceitáveis na nossa materialidade e condição humana. Pensar ou dissertar sobre o fato, é um pouco mais fácil para quem apenas conhece o morto, ou conviveu algum tempo próximo da família.
Palavras, soam como ruídos, tal é a dor da perda. Abraços, tornam-se mecânicos. A visão, fica embaçada e na realidade há, apenas a imagem do ser amado que se encontra ali inerte. Os olhos, em frenesi, percorrem o corpo inteiro do amado, na esperança de ver um movimento qualquer, para poder dizer: estão todos enganados, ele está vivo! Vejam, ela não partiu! Foi apenas um pesadelo !
E das palavras de encomenda da alma; proferidas por alguém, que mesmo estando com as mais belas intenções, só foram ouvidas, aquelas que diziam : Ele partiu... não voltará jamais A religião, nesses momentos, fica em segundo plano. Esse torpor dos sentidos ,tem inicio no momento da noticia: Está morto!... E adquire seu pico máximo, no exato instante do lacrar da sepultura.
Quando partimos, deixamos nossas marcas e elas tem a profundidade proporcional ao grau de nosso envolvimento em vida. Mesmo o espírita convicto, possuidor da certeza de que sua missão foi em comum acordo com a espiritualidade e os desígnios de Deus, certamente vai fraquejar nessas horas e chorar copiosamente.
Essa é a nossa imperfeição humana e eliminá-la é quase impossível, face ao materialismo adquirido nessa passagem por aqui. Um famoso escritor, pouco antes de sua morte, foi perguntado: Professor...por favor, responda se quiser, o senhor tem medo da morte? Ele sabiamente respondeu:
- Meu filho, o habito de conviver com a vida, me coloca em permanente conflito com a morte.
Por isso, é que nesse meu aprendizado por aqui e, tendo convivido, com todas essas mazelas e dores, como Cristão posso afirmar:
Não é a certeza da passagem para o outro plano; ou a morte, como denominamos o fim, o que nos causa maior sofrimento, mas sim: a ausência de quem amamos e que percorreu o trajeto junto a nós, acabando por descer inesperadamente, desse vagão chamado: “vida”.