Fome e Sede de Ti
o meu amor estrangeiro
inteiro se dissipa em brumas do oceano olímpico
ar que me respira
estranha seiva que me alimenta
um íntimo de idas e vindas a findar
caminho que desconheço no lugar ausente de mim
confusão cartesiana
espalhada na geografia que não cabe em mapas
uma vida que se inventa de sensações e existências vãs
folhas que caem ao leu no outono dos dias
é este amor irrestrito
a hipérbole nos meus sentidos
que anima a vida
no inverno de solidão
já nem sei quão longe estás
só sei que permaneces
num hábito antigo de lembrar
que o tempo há de congelar sonhos
o vento sopra da memória
num repente que saltita do infinito
na penumbra cinza pinheiros dos ermos caminhos
é nesta imaginação que pairam os destinos
das saudades infindas
são tantas que não sei dizer
nestes dias aqui espero o amanhecer
onde invento todas as manhãs
uma praça onde os pombos reinam no absoluto da alvorada
um coro de rima que me desperta
e acordo ou adormeço
já nem sei como será no dia seguinte
que se baixa na curva da ilusão
um momento para conversar
sobre tudo e sobre nada
um sonho talvez...