MEU DESABAFO

Professei calúnias e mantenho-me solitário na estrada; ostento esta culpa e não olho para trás, jamais! A brisa que chega da Rosa dos Ventos, de qualquer canto, não me abranda o calor, tampouco me deixa resfriado ou sequer consegue mover rodas d’águas, restando-me apenas o desconforto de alguns gemidos que ecoam no nada...

Minha história, meus cárceres, meus recantos oblíquos, minha casta papalva e minha alma prisioneira somente me empurram para frente e sem olhar para trás...

Desfiz acordos, atraiçoei cerimoniais; invalidei as armas e as esparzi em buracos da terra; nesta hora gritei e enfim expandi por pleno...

Mas o que importa é não estar vencido, por que na vida, somente se tem valor a história, os cárceres e as veredas oblíquas que deixamos de estar ou percorrer, para que a casta futura possa orgulhar-se pelo menos da história que um dia fora registrada!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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Enviado por CHaMP Brasil em 01/10/2010
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