Estilhaços de vidro
Olho os estilhaços de vidro ao chão.
Estilhaços de felicidade.
Eu lembrei de coisas e coisas,
que alegravam o meu mundo
...
Eu pensei ter ouvido as nossas risadas.
Por um instante eu revivi as nossas lágrimas,
que agora são só minhas.
As suas palavras deixaram-me em pedaços,
tal como os estilhaços de vidro.
Eu não posso te alcançar agora.
Costumava dizer que,
o "pra sempre" sempre acaba ..
Mas , ao viver aquela amizade
eu pensei que estivesse enganada.
Eu realmente acreditei que poderiamos
ser sempre nós.
No entanto, só há "eu" agora ...
o coração pesa mais do que o corpo
e os passos se tornam arrastar de pés...
O ar se torna rarefeito...
E é doloroso respirar.
É doloroso olhar pra trás.
Os ferimentos ainda sangram
dos pedregulhos que desabaram sobre mim.
Minhas mãos, tão vazias...
Tanto o meu corpo quanto a minha alma
poderiam continuar fingindo, fingindo
estar bem
mas ,em coração eu já parti
já me parti ao meio
quebrei.
No lugar do vazio dos meus olhos
que o azul do céu reflete,
sinto uma odiosa saudade.
Saudade, que assombra meus pensamentos...
São estilhaços de vidro que me cortam,
a medida que caem,
como uma chuva...
Como uma chuva dolorosa...
Uma chuva de saudade.