Estilhaços de vidro

Olho os estilhaços de vidro ao chão.

Estilhaços de felicidade.

Eu lembrei de coisas e coisas,

que alegravam o meu mundo

...

Eu pensei ter ouvido as nossas risadas.

Por um instante eu revivi as nossas lágrimas,

que agora são só minhas.

As suas palavras deixaram-me em pedaços,

tal como os estilhaços de vidro.

Eu não posso te alcançar agora.

Costumava dizer que,

o "pra sempre" sempre acaba ..

Mas , ao viver aquela amizade

eu pensei que estivesse enganada.

Eu realmente acreditei que poderiamos

ser sempre nós.

No entanto, só há "eu" agora ...

o coração pesa mais do que o corpo

e os passos se tornam arrastar de pés...

O ar se torna rarefeito...

E é doloroso respirar.

É doloroso olhar pra trás.

Os ferimentos ainda sangram

dos pedregulhos que desabaram sobre mim.

Minhas mãos, tão vazias...

Tanto o meu corpo quanto a minha alma

poderiam continuar fingindo, fingindo

estar bem

mas ,em coração eu já parti

já me parti ao meio

quebrei.

No lugar do vazio dos meus olhos

que o azul do céu reflete,

sinto uma odiosa saudade.

Saudade, que assombra meus pensamentos...

São estilhaços de vidro que me cortam,

a medida que caem,

como uma chuva...

Como uma chuva dolorosa...

Uma chuva de saudade.

Luh Amoêdo
Enviado por Luh Amoêdo em 28/09/2010
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