Entre o Tudo e o Nada... a Dança!

Na íntima esquina dos elos

Os elementos se confundem

Emoções nuas, se vestem...

Na luz refratária dos cantos

No escuro beco que emudece

Nos nascedouros das composições

Nas paralelas ocas do abismo.

Ecos são povoados!

Emoções são sintomatizadas

Pelo retumbar penetrante

Que devora a pele fina dos ouvidos

E ao longe, ensurdece de tanto acordar...

No estribo de loucos agudos.

Rumina a dor... nos acordes!

Na boca que outrora salivava

com a alegria dos seres sem memória

Mas, hoje... lembranças movem as alturas

No olhar, salta a marca dos elos rompidos.

Desembestados, os vínculos, se soltam

E no tempo paradoxal...

Perpetuam-se, em eterna sintonia

Anelados!

Os passos dos desejos vibram silenciosos

Nos espaços entre tudo o que existe.

E assim, é entabulada uma dança ritual

Que envolve a beleza e a fealdade

Num halo de digna conjunção...

Na sincrônica coreografia dos pés vermelhos

A dita a firmeza morna

Do chão que também chora!

Seilla Carvalho
Enviado por Seilla Carvalho em 26/09/2010
Reeditado em 01/09/2023
Código do texto: T2522500
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