O despertar para uma nova vida
21.10.1989
A perspectiva de enfrentar a situação dava-lhe anisiedade e, acreditando que a única saída era a atividade física ela procurava qualquer coisa para manter-se ocupada, buscando a tranquilidade na ação.
Todos os dias ao amanhecer procurava mil coisas para se ocupar e não pensar em nada, assim tudo lhe parecia mais fácil, porém um dia já cansada de se esconder de si mesma, resolveu parar para pensar.
Acordou pela manhã , e sua primeira atividade foi tomar um banho de piscina, depois deixou se aquecer pelo sol, mais tarde colheu algumas flores no jardim, enfeitou sua casa, sentiu-se plenamente disposta.
Pensou no que fazer e decidiu, de momento, não fazer nada. De certa forma, estava satisfeita , olhou-se no espelho, e fez um desabafo confuso e complexo, sentiu-se bela, uma necessidade narcizista, uma demonstração de amor por si mesma, e como se estivesse saindo de um transe, viu em seus olhos sinais de um despertar de interesse, um momento raro e dourado, entre a lembrança e a certreza de que estava feliz, uma quietude de paz.
Aquele era um momento de beleza para ser recordado com ternura, as feridas cicatrizam-se mais depressa quando o futuro parece interminável.
Riu para o espelho e rindo para si mesma acordou de um sonho para uma nova vida, certa de que nada mais pertubará a sua paz, porque a verdadeira felicidade está dentro de nós mesmos.