Em Mim
Aqui é apenas um lugar, um caminho sem destino, mas com uma utilidade que não decifro já que de fato não me interessa.
Empareda-me um vazio que só teu existir faz-me suportar.
Incomodam-me as surpresas e suporto aquilo que desconhecia.
Como descrever a saudade que me violenta?
Quanta coisa que perdi por não saber, ocupada tecendo minha própria solidão.
Receio mesmo saber o que joguei fora... E lancei pelo ar sem saber o que me escapava.
Sei que no momento estou me perdendo no tempo e no espaço, mas meu coração de repentino aço laça um ponto no infinito que talvez seja a linha para volta ao retrós que se desenrolou.
Tenho medo não, fui lá e sei que não há luz nenhuma, é mentira. Comprovei, não uma vez, mas tantas que nem sei. Sei que é escuro.
Mesmo supondo que apenas trevas me esperam eu teria visto o tal breu, mas vi nada.
Solidão é!
...algumas vezes solidão chega ao ápice, ao ponto que não é suportável, então já optei pela desistência, mas carrego o eu em mim, sou minha prisioneira.
Estranhamentos entranham-me.
Reclamam por mim, clamam-me furiosos, mas como eu poderia dar aquilo que não tenho nem mesmo para mim?
Condenam-me por falta do tempo de que não disponho. Estou perdida no meu tempo, tentando encontrar já nem sei mais o quê.
Água se esvaindo pelas minhas mãos e andam querendo que eu construa oásis...
É tão estupefata que olho. Que é isso se não estupro da minha alma? E deixarei? Ficarei impassível diante do que me chega? Não!
Resumir-me num ponto... Não sei.
A minha realidade atual é tão louca que me parece irreal, no entanto preciso vivê-la, bebê-la, comê-la todinha até não restarem sobras.
Haja estômago!
Para aqueles que sabem, e são poucos que sabem realmente, fica implícito que de alguma forma é preciso respirar...