Chegando?
Sinto um cheiro
Cheiro de chegada
Com cartão de visita
E letras lidas “curiosidade”
Ou talvez “ansiedade”
Minha memória
Não é lá tão aplicada
Arma boas ciladas
Era aviso?
Ou se aproximava?
Ao invés de nervosa
Escolhi ficar atenta
Somente. Sem colocar pimenta.
Apesar de apreciar a ardência
E o ficar sedenta
Mas as pupilas sambam
Acompanham qualquer toque
O faro se aguça
Registra odor não vivido
Prevê alvoroço
Que sucede o silêncio
Mas não patrocino movimento
Nem sei se alguém eu convenço
Tento enganar minhas energias
Se não engano vocês, não me meto
Mas elas são fanfarronas
E se prepararam demais
Aguardaram sem atrapalhar
Compreendo que queiram gritar
Pular e comemorar
Em algum momento
Terei que autorizar
Mas, por enquanto
Só o olfato tem permissão
Teremos que aguardar
Outra sinalização
E a certeza de podermos
Liberar a expressão
Por termos cumprido
Ao menos essa missão.