Por mais que eu te jure desmerecida,
Eu grito minha solidão do dia a dia como poema.
Eu vejo a luz do sol, o vento da manhã,
E digo a mim mesmo: - eu tenho companhia.
Que tal assim essa solidão tardia?
Eu acordo sob o cheiro do vazio,
Olho o “sempre” que no fim se acaba,
Como sendo uma verdade de mentira,
No final das contas o que vale mais,
O fato concebido ou versos dessa teoria?
Desfaço-me da razão primeira,
Sigo o vento na maior loucura.
Deixo o “disse me disse” da paixão,
Faço minha casa morada das estrelas,
Brinco de poeta na esquina da ilusão,
E caminho rumo ao rosto da criança,
desse olhar inocente e repleto de doçura.
Quem caminha comigo sob um luar,
reverencia as flores como um bailar dos deuses,
que ouve o vento cochichando histórias,
Uma aquarela de emoções num vulcão de alegrias.
Ou mudo seu nome ou aceito a solidão como medida,
Pois que solitários são nossos corações carentes,
Sozinhos na multidão de amores que nos cerca.
Meu amor é vida que a natureza oferece,
Logo pela manhã ao nascer do sol em forma de música,
Que eu canto sussurrando suas notas,
como um segredo dos deuses aos solitários crônicos.