“Não abandones tuas ilusões. Sem elas podes
continuar a existir, mas deixas de viver.”
(Mark Twain)



Mas parece que tudo foi apenas um sonho
A realidade de tudo o que se foi subjaz
Assim mesmo, desfigurada de lembranças
E desconcertante no que se vai esquecendo
Então, é toda a vida que parece só ilusão
De ainda ontem uma tarde no parque
De um encontro na vida desencontrada
De há tão pouco tempo a tua presença
Dos corpos que se abraçam e se querem
Das mãos que de repente se entrelaçam
Palavras desvanecendo vagarosamente
O amor uma chama lentamente se apagando
A saudade um sentimento que vai se esgotando
Desistindo de ser ainda a coisa única que une
Lembranças escoando pelo ralo do tempo
Que passa e carrega em seus ventos o que fomos
Deixando apenas a ilusão de que ainda somos
De que ainda um dia possamos ser, talvez
A palavra é apenas uma ilusão do silêncio
O pensamento é ilusão da parca memória
E lembrar é só ilusão do esquecimento
E tu, agora, te tornas bem aos poucos
A ilusão mais doída de meus sentimentos
Tu te tornas a cada instante que me escapa
A ilusão mais bela do que poderá ter sido amor
Ou do que é ou sempre será amor, esse amor
Se não posso te amar na realidade que dilacera
Eu te amo nessa ilusão que ainda te espera...


(Poesia On Line, em 20/09/2010)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 20/09/2010
Reeditado em 01/08/2021
Código do texto: T2508678
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