Anjo decaído
Anjo
decaído por um sonho de amor
banido
dos portões celestiais
por uma fagulha de paixão
sensibilidade
herdada de arcanjos cuj’alma
transmutou em sementes de gozo e fertilidade
anjo da paixão
feiticeiro do prazer
alquimista
do elixir da sensualidade pura
compositor das sinfonias mais belas
que cantam o amor
tua mácula
é meu condão
que me inspira
preencher
as lacunas do coração
teu hálito
em minha boca
faz
renascer em mim as asas
um dia perdidas
que me levaram à liberdade
liberdade de sentir-me
mulher
teus beijos
em meu pescoço
aguçam
o olfato do meu aroma feminino
um arrepio percorre
meu casulo
e aflora a vontade de voar
e num sopro de vida
bato asas
sou borboleta,
livre vou a colorir o caminho
ao reencontro da vida