CORRIDA COM AS MÃOS
CORRIDA COM AS MÃOS
(Numa tarde...)
Ao entardecer bonito,
pensativo,
passava pela rua.
No céu,
nuvem clara,
nuvem escura e céu azul também!
Na grama,
à beira do córrego,
entre amigos,
crianças brincavam alegremente,
jogando bola.
Futebol de beira de córrego!
Existe sim.
E é bonito,
é diferente!
Entre outros,
um jovem aleijado das duas pernas
misturado aos coleguinhas,
corria de um lado para o outro.
Ou melhor escorria pela grama seu corpo.
Pernas entrevadas,
impossibilitavam um correr normal.
Corria era com as mãos.
E como corria!
E não era o pior, pelo contrário, era um dos bons.
Eis que surge um menino briguento,
chato mesmo.
Interpelei-o,
fui claro,
disse-lhe “meias verdades”.
Algum dia,
ao correr os minutos de sua vida,
de vivência em vivência,
ele se lembrará do que eu lhe dissera
e minhas palavras
não terão sido ouvidas por ele em vão...
não serão sem sentido,
em seus ouvidos.
E servirão muito para ele,
tenho certeza!
Sem mais dizer ou pensar,
segui meu caminho.