DESERTAS LETRAS
Disponho em ordem as letras do alfabeto. Contorno-as e profiro-as vagarosamente.
Repito-as, em voz alta, antes que o silêncio fale. Conheço-as. São internalizadas desde a infância.
Olho-as, rente a pele, remexo-as com as mãos enrugadas. Esfrego-as em minha pele cansada, esfoliando as células, atenta e aturdida.
Repito o ato, resoluta, entranhando-as na epiderme, antes que abandonem o cerne.
Cativas e absolutas letras eu vos suplico: Não me abandonem!
Permitam-me desvendar sem medos vossos segredos. Em desconexas e absurdas lacunas, supram-me o saber!
Não poderão roubar-me a oralidade, mas a vaidade do saber é inquietante.
Vinde ó letras e desvendem em mim a visão solitária da ignorância!
Permitam-me, como um deserto ao eremita, caminhar em vossas estranhas areias e encontrar ocultos oásis.
Repito-as, em voz alta, antes que o silêncio fale. Conheço-as. São internalizadas desde a infância.
Olho-as, rente a pele, remexo-as com as mãos enrugadas. Esfrego-as em minha pele cansada, esfoliando as células, atenta e aturdida.
Repito o ato, resoluta, entranhando-as na epiderme, antes que abandonem o cerne.
Cativas e absolutas letras eu vos suplico: Não me abandonem!
Permitam-me desvendar sem medos vossos segredos. Em desconexas e absurdas lacunas, supram-me o saber!
Não poderão roubar-me a oralidade, mas a vaidade do saber é inquietante.
Vinde ó letras e desvendem em mim a visão solitária da ignorância!
Permitam-me, como um deserto ao eremita, caminhar em vossas estranhas areias e encontrar ocultos oásis.
12/09/2010 03h03min