Escreve... descreve as dores, os horrores em prosa e verso.
Grita, ó lusófona...!
Denuncia a tua indignação
seja contra os colonizadores e sipaios dessa nação.
Nossa essência é incolor, o nosso grito é de dor!
Gemas brutalizadas...
Quantos cortes sofreram...
Quantos ainda virão?
Os que si fizeram seus donos – escravagistas,
colonizadores – a extraírem os seus sangues
... diamantes negros forçados por seus senhores,
suas cavernas de matas virgens desbravadas,
não por facões, mas por paus de carne,
que por vezes,
os fizeram sangrar... até à morte!
Quantos morreram nas camas dos seus senhores...
Meninas violentadas,
rosas negras despetaladas,
trucidadas, tal qual, Suhura...
O branco subjulgando ao negro...
Tuas mulheres – África – na machamba a machambar,
teus moços na cozinha servindo à casa,
forno, fogão e nas horas vagas... ao patrão!
Toda dor por eles vivenciada veio transformar,
o que é mais precioso que o petróleo,
geratriz de força e vigor,
bálsamo para o sofrer da estrada,
e preciosidade que nem o colonizador,
menos ainda, o sipaio pode calar: literatura, poesia!
Linguagem da alma d’Àfrica lusófona feminina:
Lília Momplé, Paulina Chiziane, Chó do Guri...
Tantas outras lá, outras tantas cá...
Tu, aí... E, eu...aqui!
O trabalho África lusófona feminina, da autoria de EstherRogessi está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
EstherRogessi. Escritora UBE. Mat.3963. Prosa Poética: África Lusófona Feminina.
13/09/10.