Separação de momentos!
Era só tempo de um último suspiro pra dar fim àquele começo. O vinho derramado na alva toalha, velas pela metade, e as palavras soando feito sino em manhã de domingo.
Era sua última chance.
A suavidade da cortina misturava-se à leveza das vestes que mal encobriam seu corpo. Olhava os transeuntes em saltos altos retorcendo pernas na volta à casa. Mais abaixo uma luz se acende e um homem, aparentando 50 anos, recosta-se no peitoril da janela, tragando o cigarro e nos espirais lançava suas vontades.
Um cachorro emite latidos de fome e volteia-se no próprio corpo, esquálido. Olhava tudo aquilo quando mãos seguram seus cabelos, beija sua nuca e despe-a num segundo..
Não deu tempo do último suspiro!
Os sinos não tocaram mais, os transeuntes não chegaram em casa, o homem apagou a luz e o cachorro nunca mais latiu de fome.
Não tiveram tempo pro último suspiro!