Alegria
Foi muito aos poucos.
Primeiro foi uma mecha de cabelo e loira, que se desprendia e vazava e descia pelo rosto.
Depois, algumas notas em canção. Uma escrita livre, jogada, escabelada e mantida. Reafirmada.
Um pensamento. A “cara” incógnita e escandalosamente linda.
Quando vi já estava. A alegria. O sol invadido de sol. Toda paisagem, tão de verdade.
Tinha um olhar, e se deslocava do centro para a esquerda, trazia documentos, opiniões. Fazia febre, a mesma que matava a doença, dissecava e benzia.
Aqui, agora, a chuva fina, quase transparente. E a graça que ela tem.
Foi muito aos poucos. Gritei e acho que pensei ter escutado um pedaço da passagem da voz no grito.
Eu vi a lente sem tradução; E sorri o sorriso de quem sabe que é para sempre.
Foi muito aos poucos, no entanto, se formou por inteiro. Tão concreta. E sana.
Em: 12/09/2010