TUA AUSÊNCIA DEVASSA
O cão pula às bordas da janela
Como uma vigorosa mola com pernas
A formiga ergue no ferrão uma casca de pão
E faz a procissão de sua vida dedicada
O café preto esfria vagarento na garrafa térmica
“Brasileirinho” toca com Valdir Azevedo
E ainda é toca-discos. E ainda é vinil “bolacha”
O ambiente musical de graça não coaduna
Com a tua colossal falta...
E o fim de tarde se alastra
Contraria-se na ausência devassa
De eu não ver-te ao sol...