Olhos Verdes da Saudade
Queria eu o dom do conhecimento
Sobre a morte e sobre a vida
Ter em minhas mãos o controle da ampulheta
Que quebrou tão cedo
E com esse tal conhecimento
Reviver aqueles meu olhos verdes
Morena fria
Deitada em minha cama
Tão perto e tão sozinha
Tão bela e tão distante
Aliso a tua face fria
Tua palidez
A pele tão suave e ainda tão tenra
A juventude com cheiro de formol...
Éramos jovens uma vez
E me deixaste envelhecer sozinho
Seria maldade tua
Se um dia fosse tua a ser
Como culpar-te quando tudo que fizeste foste se cortar?
Como culpar-te se a culpa fora minha?
Não estive lá para ti
Mas não chorais morena
Que os olhos verdes ainda são meus
Foi com um pouco de sangue
Minto
Pouco para mim
Mas foi com um pouco de sangue
Um contrato
Minha alma
Que vi meus olhos verdes brilharem novamente
E enquanto meu sangue se esvaia
Deste corpo há muito desabitado
Você sorriu pra mim
Arregalados os olhos que te devolvi
Os olhos verdes da saudade
De um amor que nunca foi meu