E nada mais
Tenho escrito dóceis textos, tenho andado distraída e pelas esquinas colorindo muros. Ouvindo os estrondos e os delírios.
Tenho guardado acima da estante o teu endereço e tudo o mais que esqueço, quando alucina o dia e varro a casa de poeira e folha, de poeira e movimento. Anestesia.
Tenho, ainda, me guiado pelas passagens que me são verossímeis, que me tem mistério, agrupamento, eletricidade, condensação.
Tenho e desconheço; Tenho e obedeço o instante mais retalhado. Tenho e me socorro, eu me denuncio, entretanto não mais adormeço. Eu subverto. Acordo e quando acordada percebo o quanto leva uma história intocável para ser abraçada, sendo som e letra, para ser deixada em paz, como se fosse um espelho, um espelho de reflexo vivo e nada, e nada mais.
Em: 11/09/2010