mangue seco
Já pousei neste deserto
Linfático e cheio de odores,
Bati nesta porta seca,
Que ninguém veio me atender.
Precisei da ajuda de muitos,
Pois estava triste e assolado,
Mesmo sofrendo eu não fui
Nem sequer consolado.
Então me isolei deste mundo,
E fugi para um lugar invisível,
Fiquei ali pensando e refletindo,
No que havia acontecido.
Nada! Não ouvi nenhuma notícia,
Pois pensei comigo... Este mundo é insolente
E egoísta, pois não se preocupa com o próximo,
No entanto, deseja mais e mais
O declínio do seu próprio regaço.
Um mangue seco é o que vejo
Neste prostrado e articulado pudor,
Sendo que, a sua proeza é figurativa,
E esvazia-se diante deste compasso
Desordenado e cheio de dor.
Aquilo que marca esta frieza
Da costela dessa prosa amante,
Preserva o segredo guardado,
Na sua coleção de livros
Empoeirados na estante.