DESPERTANDO O POEMA
Os poemas renascem em mim
E, atônita, deixo que circulem meus poros
Assumo o lápis que o escreve
Navego por ondas de pensamentos
O leme é o mais puro sentimento
Renovo as verdades quando escrevo
Aceito que a vida é escrita com bicos de pássaros adocicados
Assumo que as nuvens enfeitam a leveza do meu céu
Peixes voam, pássaros nadam
E eu, nado, ando por nuvens com asas de vento
Alimento-me de um maná frugal
Letras caem das mãos
Recolho todas numa peneira dourada
Ajunto o feijão mágico da imaginação
Alguém entra na minha sala com o olhar absorto
Instala-se na minha dimensão
Trago-o para o poema
Alheia a tudo que é regra ou engano
Agora, os poemas adormecem em mim
Após uma canção de ninar
Só o silêncio consola
Neste tão doce despertar!
Júlia Rocha
09/09/2010