A noite vai ser longa

A noite se dissipa no topo da serra. O crepúsculo ao longe anúncia o rubro aspecto que transcorre o fenômeno das divindades serenas.

Lá se vai por mais uma vez o brilho do sol e o negrume da noite aos poucos vai preenchendo o azul do céu. As luzes vão acedendo... A noite vai ser longa, adormeceram os anseios... Os sonhos são apenas vazios pesadelos.

Que reinem nas madrugadas impenetráveis, lampejos de uma redenção na cintilante aurora, saltitando aos corações dormentes resquícios de uma calmaria, para os que ainda cerram os olhos incólumes do fútil desejo das coisas. Adormecendo sobre o travesseiro, a espiritualidade inerente a paz.

À noite vai ser longa... Soluços embalam casas maternais, interrompem-se acalentos esperançosos...

A brisa noturna, o luar, o céu estrelado, enaltecem a imaginação do poeta, despercebidos transcorrem sem o vislumbramento dos olhos.

Espaços vazios latejam, euforizam perguntas irrequietas, na TV, no rádio, no barulhinho renitente do telefone portátil a procura de respostas...

O negro véu da noite transcorre... Fielmente fria aos corações solitários.

Soam músicas, casais se entrelaçam nas madrugadas, em carícias em juras intermináveis. A noite se recolhe com a virgem face da aurora.

A noite já não é mais tão longa! Murmúrios são trazidos do norte, acordam matina, senhoras viúvas. Robusto lá se vem ao leste, o senhor menino dia, e ai se vai...recolhido à noite.

Esquecida no silencio profundo da alma, a brisa matinal namora a aurora a metamorfose dispersão dos sonhos. Debulhando saudades e remorsos... no topo das arvores folhas choram, o triste orvalho da noite!

Luk Ramos
Enviado por Luk Ramos em 09/09/2010
Reeditado em 25/09/2018
Código do texto: T2487473
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.