Mesmo que os dias não sejam mais assim
Nem floridos, nem coloridos, bem vividos
E nem que os meus momentos preferidos
Sejam somente cinzas de idos sentimentos
E as horas sejam escombros no esquecimento...
Mesmo que os tormentos de todas as lembranças
Venham me assombrar em cada vil momento
E que me consumam nessa tarde que cai
Lenta e impiedosamente...
E mesmo que na noite que avança impunemente
Eu me corroa tanto por fora e por dentro
Mesmo que o tempo me cobre insistentemente
Uma palavra qualquer que seja, e eu não diga
Mesmo que a teimosia tanta tanto me persiga
Naquela visão que se dissipa no horizonte
E que eu persiga cada rastro teu em cada instante
Cada gesto teu guardado bem ali defronte
Onde meu silêncio repousa no fim do pranto
Mesmo enquanto eu não consiga esquecer
E deixar de pensar à toa que o tempo volta
E que traz de volta tudo aquilo que se perdeu...
Mesmo que eu apague em tudo o que sou eu
E que na tristeza mate o que não sobreviveu
E que na incerteza eu enterre o que não morreu
Mesmo que a dor insista tanto em doer tanto
E que eu não possa aplacar a angústia repentina
A melancolia vespertina de uma dor e do medo
Do que na noite um pesadelo vem e alucina
E invade a mais inoportuna hora matutina...
Mesmo que eu me desfaça em palavras
E que oculte em vão nos versos da vã poesia
E que um poema me ocupe o vazio de cada dia
E me tome uma ausência, uma impermanência de ser...
E mesmo que eu esteja todo envolto dessa falta
Dessa distância, dessa inconstancia e impossibilidade
Dessa imponderabilidade de sempre ter de deixar de ser
Eu vou ter que esconder tudo o que nem sei o que é
Tudo que não posso e não quero mais dizer
Eu vou ter que esconder tudo o que não posso deixar
E tudo que não consigo deixar de sentir
Ter que esconder de todos, ter que esconder de mim
Tudo que não posso deixar assim
Tudo que não deixo de querer
Tanto assim...
(Poesia On Line, em 07/09/2010)
Nem floridos, nem coloridos, bem vividos
E nem que os meus momentos preferidos
Sejam somente cinzas de idos sentimentos
E as horas sejam escombros no esquecimento...
Mesmo que os tormentos de todas as lembranças
Venham me assombrar em cada vil momento
E que me consumam nessa tarde que cai
Lenta e impiedosamente...
E mesmo que na noite que avança impunemente
Eu me corroa tanto por fora e por dentro
Mesmo que o tempo me cobre insistentemente
Uma palavra qualquer que seja, e eu não diga
Mesmo que a teimosia tanta tanto me persiga
Naquela visão que se dissipa no horizonte
E que eu persiga cada rastro teu em cada instante
Cada gesto teu guardado bem ali defronte
Onde meu silêncio repousa no fim do pranto
Mesmo enquanto eu não consiga esquecer
E deixar de pensar à toa que o tempo volta
E que traz de volta tudo aquilo que se perdeu...
Mesmo que eu apague em tudo o que sou eu
E que na tristeza mate o que não sobreviveu
E que na incerteza eu enterre o que não morreu
Mesmo que a dor insista tanto em doer tanto
E que eu não possa aplacar a angústia repentina
A melancolia vespertina de uma dor e do medo
Do que na noite um pesadelo vem e alucina
E invade a mais inoportuna hora matutina...
Mesmo que eu me desfaça em palavras
E que oculte em vão nos versos da vã poesia
E que um poema me ocupe o vazio de cada dia
E me tome uma ausência, uma impermanência de ser...
E mesmo que eu esteja todo envolto dessa falta
Dessa distância, dessa inconstancia e impossibilidade
Dessa imponderabilidade de sempre ter de deixar de ser
Eu vou ter que esconder tudo o que nem sei o que é
Tudo que não posso e não quero mais dizer
Eu vou ter que esconder tudo o que não posso deixar
E tudo que não consigo deixar de sentir
Ter que esconder de todos, ter que esconder de mim
Tudo que não posso deixar assim
Tudo que não deixo de querer
Tanto assim...
(Poesia On Line, em 07/09/2010)