há flores no asfalto

#da série há flores no asfalto

Dos últimos meses do ano passado, até pelo mês atual o homem tem mostrado a sua face mais cruel perante mim, mas sigo com um fiozinho de esperança. E é com alegria que digo sempre, há flores no asfalto.

É a velha história da minha máquina de lavar a quebrou no dia internacional da mulher e que ainda rende até hoje.

Já tinha dado um jeitinho e ela estava quase funcionando, quebrava um galho vamos dizer, no auto dos meus quase trinta anos de casamento há pelo menos vinte tenho a boa companheira me auxiliando. E já não consigo viver sem ela, imaginem...

Bem foi triste o dia em que ela pifou mesmo, e teve que ir para a oficina. Acontece que o assistente não conseguiu detectar o problema e está por lá há dias.

E fiquei por aqui travada em uma batalha, a de lavar, passar e fazer todo e qualquer serviço doméstico.

Nos fundos de meu quintal estava um pedreiro e seu ajudante trabalhando na reforma da quitinete em que meu filho reside e de lá observavam a minha luta, antes do acontecido eu era sempre atenciosa e gentil para com os dois. Eu seguia agoniada no dia a dia tendo que lavar a roupa pesada e isso me atrapalhava muito e me deixava irritada, pois havia perdido o hábito de lavar essas peças mais pesadas à mão. Eles faziam o trabalho deles sob o sol escaldante e ainda lhes restava serem solidários a minha agonia.

Certo dia um deles disse que ia trazer um tanquinho para me auxiliar, e realmente trouxe.

Era muito velinho, mas ainda funcionava ele pedia as roupas e eu ia colocando no tanquinho para serem lavadas, ele tentou me ensinar operar a geringonça, mas eu não entendia, pois era todo reformado pelo próprio mestre de obras, portanto só ele entendia de operar aquele projétil. Eu colocava Jeans e toalhas de molho e na hora de enxaguar por muitas vezes dava por conta que as roupas já estavam no varal, fizeram isso muitas vezes, vendo a minha luta me auxiliaram espremendo as roupas e colocando para secar, e foi assim até o dia que se foram e deixaram para trás o tanquinho que não funciona mais.

Meus filhos e todos de casa presenciavam a minha luta, mas nenhum teve a atitude dos estranhos que ali estavam. Vou lembrá-los sempre com muito carinho, e é por isso que digo e repito há flores no asfalto.

Aconteceu comigo

Minha máquina de lavar quebrou

Mas quem parou fui eu!

Parei no tanque

Parei no tempo...

E tudo isso na semana da mulher!

Tenha um feriado carregado de muita ispiração!!