VÍRUS LETAL
VÍRUS LETAL
Quando comecei a me sentir assim?
Viver no oportunismo de outro ser,
Percorrendo as ruas sem fim
E sem nunca ter sido ter que ser.
Foi em meados de um mês de maio,
Algo rompia dentro de mim,
Como tudo rompe antes do fim,
Também na minha historia foi assim,
Devagar, sorrateiramente enfim.
E fui deixando crescer o abismo
No principio não passava de um cisco,
Nem sei explicar qual era o mecanismo
Mas me rasgou como um corisco.
E na minha imensidão de perplexidade
Fui diminuindo numa infinidade.
Perdia no meu intimo a humanidade
E por fora luta sem espontaneidade.
Um dia surge uma luz do nada.
Nem era noite bela e enluarada.
Mas surgiu feito um antiviral
E comecei a lutar para deixar de ser letal.
Mas pobre vírus humano
Contaminou outro ser, outro humano.
E quando o vírus quis deixar de fazer o mal
O humano contaminado de maneira fatal
Passou a lutar para nunca sarar
Esquecendo que o vírus também merece se curar.
Quem vence no final?
O vírus letal?
O humano fatal?
Ou a borboleta que passa pela lua
É negra, é bela e nua!
André Zanarella 03-09-2010