Mágoa de Menino
Nas rotundas lembranças
Cospe adiposo mel
Que rança mais que fede
Lança mais que fere
Tem cálcio a compor ossos
Lampejo a brindar a treva.
Banho de asseio na corda
A banhar-se em celebérrimo mar
Faz do instar, a casa de ouro
A hora e a vez do agouro
Para de lá do seja onde for
Lamber do ovo a casca.
Tem-se na latrina do banheiro
A cassação do divino fel
Que sangra infernal direito
À custa dum frontispício nu
Amargo e fugaz início
A urrar pela paz.
São cavidades
Máculas impermeáveis
Que por mais que se tente
Pungem os olhos da gente
E minam nosso rés-do-chão
Como mágoa de menino.