UM PRANTO QUE TEIMA EM SOLUÇÃR
É tanta solidão é tanta angústia,
Uma vontade de chorar que me arrebenta o peito,
As minhas mãos inquietas, cansadas
De não terem afagos,
As grossas lágrimas que me banham o rosto
Chegando aos lábios com sabor de sal.
É tanta solidão neste espaço vazio
Que de tão imenso até me perco nele;
Tudo que escuto é a minha voz às vezes embargada
Pelo pranto que teima em soluçar.
A luz da lua entra pela janela como se quisesse
Me dizer que também é tão sozinha...
Ainda que existam tantas estrelas à sua volta
E acrescenta: Assim como os solitários
Eu também jamais encontro a quem procuro,
Por isso, descansa, dorme, eu velarei teu sono
Pois terei que seguir a minha trajetória,
Até o romper da aurora.
Brasília, 01/09/2010