Das habilidades

Então Deus, por que não combinamos assim? - Leva essa habilidade estranha da leitura dos pequenos gestos, essa que de tão intrínseca torna nítido o jogo dos sete erros e me fala tão mais alto do que as palavras escondem. Quem sabe apenas por uns dias, como viagem de férias enquanto fazemos uma reforma nos cômodos empoeirados.

Não é fácil a sensibilidade das miudezas, essa percepção das matizes diárias, um poder sortilégio involuntário, sem garantias que o valha, mas acostumado às comprovações.

Nosso grande engano é imaginar que as facilidades brotariam dos presságios antes das coroações - tolo desacerto, pois é nas conjecturas que mudamos os passos e nunca saberemos o que foi acaso.

Com o tempo aprendemos a entender as diferenças, estão nelas todo o poder da interpretação, muitas vezes apenas nossa, sem fidelidade à intenção do gesto.

Leva, por hora me desfaço dessa destreza incerta, sei que há riscos, mas deixa aqui aquela outra - a ingenuidade em acreditar de novo.

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Raiana Reis
Enviado por Raiana Reis em 31/08/2010
Código do texto: T2469993
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