Das habilidades
Então Deus, por que não combinamos assim? - Leva essa habilidade estranha da leitura dos pequenos gestos, essa que de tão intrínseca torna nítido o jogo dos sete erros e me fala tão mais alto do que as palavras escondem. Quem sabe apenas por uns dias, como viagem de férias enquanto fazemos uma reforma nos cômodos empoeirados.
Não é fácil a sensibilidade das miudezas, essa percepção das matizes diárias, um poder sortilégio involuntário, sem garantias que o valha, mas acostumado às comprovações.
Nosso grande engano é imaginar que as facilidades brotariam dos presságios antes das coroações - tolo desacerto, pois é nas conjecturas que mudamos os passos e nunca saberemos o que foi acaso.
Com o tempo aprendemos a entender as diferenças, estão nelas todo o poder da interpretação, muitas vezes apenas nossa, sem fidelidade à intenção do gesto.
Leva, por hora me desfaço dessa destreza incerta, sei que há riscos, mas deixa aqui aquela outra - a ingenuidade em acreditar de novo.
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