ANGÚSTIA DE UM POETA
Quando penso sou feliz, mas quando penso em escrever fico triste, pois o que quero escrever não existe e para criar tenho que utilizar as palavras, mas palavras nem sempre expressam aquilo que sentimos realmente. Tenho medo de não ser compreendido perfeitamente. Por isso, quando digo que sinto dor não pense que é uma dor qualquer, é aquela dor no pé da barriga. Eu a sinto quando vejo o amor da minha vida com outro. A vontade que tenho é de puxá-la e trazê-la para perto de mim. Mas não posso fazer isso. Se fizer poderá ser o meu fim. Ela nunca mais vai querer me ver. Por quê? Por que isso tinha que acontecer? Eu penso em uma coisa e escrevo outra. Eu pensava, antes de começar a escrever, em compor uma prosa que refletisse sobre tudo o que estou vivendo. Mas, ao começar a escrever, as palavras foram me envolvendo e tive que descrever uma dor que ainda não senti, mas sei que existe. O trabalho de um poeta não é fácil. Digamos que seja uma batalha entre a idéia e a palavra. A idéia tentando se conservar e a palavra tentando fazer com a idéia seja alterada. Desculpe se fiz você perder tempo com essas palavras. Mas creio que parte de minha idéia foi passada.