AH, AMOR!
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Ah, amor!
Lágrimas que não caíram, também tem gosto de sal.
Como chorar o amor que não se teve?
Amor encanto, magia...
Seriam sonhos construídos sobre promessas?
Ah, amor! A ti, nada prometi.
Apenas doei-me, numa coleção de momentos mágicos,
até num simples bom dia,
e o fiz um pouco a cada dia.
Fomos magia?
Ainda seremos, no coração, na alma.
A distancia entretanto, entre querer e amar,
é como terreno desértico, extenso, arenoso...
Instável como dunas,
que mudam de lugar sem pedir licença...
Ah, amor!
Por mais que uma verdade doa, melhor seja proferida.
Talvez seja ela, o mais precioso bem da vida...
É assim que conhecemos quem sou eu, quem tu és...
Degustamos o amor em taça fina de cristal,
bebendo este melhor dos vinhos - sabor sem igual.
Se o amor bater à sua porta, atenda-o, receba-o...
Ah, amor!
Na vida há pessoas tão intensas, quanto raras.
Pessoas que não aceitam o pouco ou metade.
Não, amor! Não é pura vaidade.
Se essa pessoa fosse eu, não seria melhor
ou pior que a outra que passa na estrada de sua vida.
Não, amor!
Seria alguém que ama muito a si mesma,
para melhor poder amar o outro.
Ah, amor!
Não, isso ainda não é adeus.
Ainda quero olhar no fundo dos teus olhos
e descobrir se o teu amor, um dia,
poderá vir a ser plenamente meu.
O amor e o lirismo caminham juntos, mesmo na dor.
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