Amor de trevas
Calmaria de sentimentos nem sempre ocorre no interior dos bobos amantes. Há, portanto, uma confluência de prazeres e emoções a serem observados e saboreados pelos lábios e corpos de quem sofre por amor e, sente-se bem em sangrar.
Abram-se portas e janelas dos corações aflitos, que são amantes por naturalismo, ou mesmo que por conformismo casual, dia-a-dia sem escolha. Quebrem-se correntes traidoras, e do desgosto, e do descaso, no intuito de dar cor e realçar a vida que há nesse dom. O amor.
Sobre estas coisas sempre há de falar o silencio que, por muitas vezes, cultiva com lagrimas e suor uma vida a dois. São cúmplices de um crime não cometido, inaudito. Um dia há de se poder dizer sem palavras ou, no entanto, cantar sem canções o misto de dor e felicidade que é representado por ingênuos lábios que se tocam. Mas quando esse dia chegar dá-me o prazer de que já tenhamos morrido afetados pela maldição que se chama amor.
E agora, já condenados, quer céu, quer inferno não fará mais diferença alguma. Os dois bem sabem que um amor das trevas se prefere amar mesmo que agonize por toda a eternidade.