Enigma do campo
Olhos sobre edificados vistos outrora apenas na tv (...)
De tudo e todos que se observara naquela época, o que mais havia chamado a atenção foi a perseverança da camponesa. Por debaixo daquele sweater que mais parecia uniforme de missa, gritava para fora de si uma beleza que talvez não fosse vista de antemão, e não fora notada antes por nenhum outro alguém naquela cidade grande.
Seus cabelos claros, envolvidos por uma espécie não identificada de lenço xadrez, desbotado, eram, para nos, a vaidade da camponesa que parecia não possuir vaidade alguma.
Observava-se facilmente o contraste sincero entre sua pele alva e a negritude de uma angustia que ela dividia com seu coração. Mas não importava. E sobre os paralelepípedos da cidade grande essa angustia era despejada em passos apressados, mesmo se com calma o fizesse. E cabisbaixa. Esses passos eram dados sobre sandálias que nos dias de hoje não passariam de meras havaianas.
Somente então se entendeu o que mais chamava a atenção naquela simples figura. Acontece que ela não precisava mostrar suas bonitezas, nem tampouco feiúras, para que fosse. Ela apenas era, e essas coisas a tornava ainda mais enigmática. Talvez sua verdadeira intenção fosse que alguém como o escritor a tentasse decifrar.