Não negas o que também é teu
Quem sabe um dia as vozes
De vezes
Dizeres
Outra vez velozes
Os gritos destes pardais.
Não avisarão
Nem aviltarão
O clarão de outros
Olhares.
Porque tem o perdão de não
Ser teu.
Não falhares
Nem malhares
Como o judeu
Que não folhares
O cipó que ia em cristo
Bater.
Não tem tempo de
Dizer.
Deter
O acusador
Pois nem sabia
Que em tua convicção
Tava se tornando um pecador.
Sempre esteve vivo
Mais teu irmão
Não entende o perdão
Que obriga o criador.
Pois alegra a manhã
Os cantos sonoros
Dos pardais
Em coros
No cais.
Que o pão até com o
Corpo procura.
Pois essas imagens
Que achares ser loucura
Que os ventos em passagens
Leva ao repúdio
Dos teus brios
Cavalheiro, não sabes
Que em cavalgadura
Esses textos teatrais
São teus rastros florais
Negros que teu orgulho
Nessa sociedade que produz.
Não exagera
Essa fome de fera
Compreende
Entende
Se perdoa
Se doa
Não se perde
Não inerte
Através de teu copo fosco
Limpa a lente.
Distribui
A lenda flui
Da vida imponderável
Busca só sorrir
Ao outro
Existir
Que tu renegavas
Com desejo de extinção.
Se abafaram essas pobres vozes
e se tem tanta miséria no mundo
Tá no teu quintal.
Pois é tua também.