SONÂNCIA
Deram-me o verbo. Conjuga-o! Submeti-me ao imperativo... Tentei escrever na primeira pessoa, riscar na alma o significado impregnado da palavra. Afirmar, exclamar... Contudo, as orações se dispersavam e, sem sentido, rabiscavam acordes de uma melodia atonal. Foi no silêncio do corpo, no brilho distante do olhar recortado de um instante, que a expectativa se contraiu em indagações. Entrelaçada à essência do que se vela e desvela em vivas ações, sussurrei no horizonte intransitivo: Eu amo.