Não foi assim tão de repente
Eu fui morrendo bem aos poucos
Como tudo de mim, vagarosamente
Como os pensamentos mais loucos
Deixaram de ser, repentinamente
Eu fui morrendo bem aos poucos
Para morrer assim, eternamente

Joguei tudo fora (nem sei onde)
Mas fica o que é mais insistente
Que no peito a gente não esconde
E que no olhar é tão persistente
Depois busquei tudo (sabia onde)
Porque a alma teima e ainda sente
Estar viva ainda no que tanto esconde

E pronto! Agora esquece
E não sente nem mais doer
O que é dor, é dor, parece
Que dor é o que tem que ser
Deixa ser então o que perece
O que perece então deixa morrer
Que de repente podemos esquecer...

Deixa ser então só o que parece
Que não é tão difícil esquecer
Que na poesia o que se esquece
Deixa de ser no poeta que acaba de morrer...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 28/08/2010
Reeditado em 04/08/2021
Código do texto: T2464682
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