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Estado da vida
O tilintar das taças
sussurros e gemidos
excitavam os sentidos
Hoje, em suas faces
a luz da TV, refletida.
Estado da Alma- Yves Mansur
Entrar silenciosamente e te flagrar assim num espaço tão nosso me faz intruso, visitante de nossas vidas. Olhar teu semblante tão ausente me faz sentir que roubo um pouco da tua alma... Olho em volta : tudo limpo, tudo lindo e confortável como planejamos ter um dia, mas em que parte do caminho nos perdemos um do outro?
Lembro que, como eu, me falavas de teus sonhos e projetos pessoais... Onde e por que foi que os guardou, esqueceu, deixou de lutar por eles?Sei que minha inquietude, minha fome de sorver a vida em grandes goles me impulsiona, não me faz abandonar os meus, mas por que aquela mulher tão vibrante se deixou transformar nessa outra, quase apática, ás vezes conformada com tudo, ás vezes irascível?
Me pergunto se algo em mim te fez mudar... Me pergunto o que te traria de volta...se sou o mesmo, aos teus olhos...Se ainda é possível...Sei que a felicidade de um casal não pode ser um projeto unilateral.
Nossa vida de casal hoje é um pouco como esse cobertor confortável que aquece tuas pernas.Tem lá a sua utilidade e importancia. Daqui a pouco entrarei na sala dizendo oi e me perguntarás se quero jantar... direi que sim e jantaremos... mais tarde dormiremos lado a lado e mais uma manhã nos encontrará juntos, morrendo um pouco a cada dia.
Desilusão?Ceticismo?Sei lá...Sei apenas que ainda amo o que construímos e o que ainda somos um para o outro mas me pergunto se isso nos basta e até quando...Lembro o que o mestre poeta Manoel de Barros escreveu em seu Caso de Amor:"Uma estrada é deserta por dois motivos:Por abandono ou por desprezo.Esta que eu ando nela agora é por abandono..."
Da Série UMA MÚSICA, UM POEMA, OUTRO TEXTO.
Estado da vida
O tilintar das taças
sussurros e gemidos
excitavam os sentidos
Hoje, em suas faces
a luz da TV, refletida.
Estado da Alma- Yves Mansur
Entrar silenciosamente e te flagrar assim num espaço tão nosso me faz intruso, visitante de nossas vidas. Olhar teu semblante tão ausente me faz sentir que roubo um pouco da tua alma... Olho em volta : tudo limpo, tudo lindo e confortável como planejamos ter um dia, mas em que parte do caminho nos perdemos um do outro?
Lembro que, como eu, me falavas de teus sonhos e projetos pessoais... Onde e por que foi que os guardou, esqueceu, deixou de lutar por eles?Sei que minha inquietude, minha fome de sorver a vida em grandes goles me impulsiona, não me faz abandonar os meus, mas por que aquela mulher tão vibrante se deixou transformar nessa outra, quase apática, ás vezes conformada com tudo, ás vezes irascível?
Me pergunto se algo em mim te fez mudar... Me pergunto o que te traria de volta...se sou o mesmo, aos teus olhos...Se ainda é possível...Sei que a felicidade de um casal não pode ser um projeto unilateral.
Nossa vida de casal hoje é um pouco como esse cobertor confortável que aquece tuas pernas.Tem lá a sua utilidade e importancia. Daqui a pouco entrarei na sala dizendo oi e me perguntarás se quero jantar... direi que sim e jantaremos... mais tarde dormiremos lado a lado e mais uma manhã nos encontrará juntos, morrendo um pouco a cada dia.
Desilusão?Ceticismo?Sei lá...Sei apenas que ainda amo o que construímos e o que ainda somos um para o outro mas me pergunto se isso nos basta e até quando...Lembro o que o mestre poeta Manoel de Barros escreveu em seu Caso de Amor:"Uma estrada é deserta por dois motivos:Por abandono ou por desprezo.Esta que eu ando nela agora é por abandono..."
Da Série UMA MÚSICA, UM POEMA, OUTRO TEXTO.