A beleza do mar

11.11.1989

A praia estava povoada, e ela não via ninguém.
O sol queimava-lhe o rosto, a dor queimava-lhe o coração, a saudade queimava-lhe o corpo.
O cheiro do mar era embriagador, e misturado com o sol e com a saudade, embriagava mais , e mais seu coração.
Ela parou, olhou a areia que inocentemente era banhada pelo mar, e sentiu ciumes da areia, de sua tranquilidade, de sua fragilidade.
Sentiu ciumes do mar, de sua agitação, de sua temerosidade, de sua grandeza, e pôs-se a adjetivá-lo:
- mar das paixões, mar sereno, mar tenebroso, mar ondulado pelos ventos.
Como se o mar lhe respondesse, ela começou a conversar com ele.
- Diga-me mar sereno, acaso sabes onde andarás aquele a quem amo?
E o mar parecia responder-lhe, pois em seu vai e vem, ele mais se agitava, parecendo querer mostrar-lhe, que seu amor estava muito distante.
Diante de tão bela natureza, se sentiu pequena , frágil e indefesa.
O mar havia entendido sua linguagem, havia compartilhado com sua dor, e quanto mais ele se agitava, mais ela o entendia, estaria ele impaciente com sua tristeza, e queria em seu mover brusco alegrá-la com sua música alegre.

Assim passou a tarde até o pôr do sol, e quando veio a noite encontrou-a sentada pensativamente numa pedra, do outro lado da praia.
Sua face estava serena, seu olhar cheio de graça, seu riso inocente, brincava com o luar, como se estivesse satisfeita com as respostas dadas pelo mar.






zilvaz
Enviado por zilvaz em 27/08/2010
Reeditado em 28/08/2010
Código do texto: T2462264
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