TRAPOS/CACOS/FIAPOS.

Vinha pela vida BRINCANDO... aguardando em cada anoitecer uma nova estrela , enquanto caminhava pela vida, beira mar de sonhos e (des)ilusões cotidianas, se deixava ficar esquecida/perdida ou encontrada em seus DEVANEIOS NO OCASO.

Acompanhava a vida seguindo a passos largos/lentos, ia se fazendo/desfazendo em sua solitária ENTRESSAFRA DE AMOR.

Ia e vinha pela noite entre estrelas e raios de luar, se esquecendo de si sob os aconchegantes raios de sol, se deixava ficar sob o céu apenas CANTAROLANDO CORES.

Acompanhava a vida silente/dormente e calada/inerte em sua impotente (in)capacidade de ser ou fazer, apenas olhava a vida surgindo como um maravilhoso CELEIRO DE ESTRELAS,distribuido em magníficas constelações pelo universo.

Foi pouco a pouco tentando se reinventar, se finalizar em sua

dor angustiante e em seus anseios doloridos, aos tropeços de tropegos

passos ficou espalhada em seu mundo se REESCREVENDO.

Não teve edição para sua arte final de (sobre)viver, mas não queria desistir e seguia VERSEJANDO em busca da felicidade.

Felicidade?

Felicidade!

Não queria/podia e nem sabia mais pensar em novas dores para arranhar ainda mais a alma já tão esfarrapada, se via/ vivia em uma

PENUMBRA SEM LUZ, rabiscando seus pensamentos no vento, emaranhando seus desejos pelas marolas brincantes do mar.

Da alma brotavam PALAVRAS PERDIDAS, que embriagavam e adormeciam as lembranças torpes/torpedos vivos em sua mente.

Restava pouco de forças para lutar e havia uma fé inimaginável vinda de dentro de sua essência, e enquanto a vida seguia ficava apenas a ESPERA pelo que temia vir.

Mas o tempo urge e não há como parar, chorar, sofrer, calar ou se afogar em gritos de sufocada lágrima, aprendeu que muitas vezes na vida o que resta de tudo, até mesmo da própria existência é nada mais do que uma TRISTE FESTA DE RECORDAÇÕES.

Só restava juntar os trapos/cacos e fiapos de si mesma e tentar (re)montar uma nova e quem sabe mais forte estrutura / escultura de si mesma...

... mas até então existiam escombros que precisavam de reciclagem e de um esboço para uma nova construção. A alma queria

paz e acalanto.

A vida seguia seu ritmo indo/vindo,chegando/partindo. Um verbo sem conjugação.

Márcia Barcelos.

26/08/10.

Márcia Barcelos
Enviado por Márcia Barcelos em 26/08/2010
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