A BOLHA

E a Brava aportou na Ágora

Outrora o espaço dos gregos

E já passados alguns séculos

É a praça do povo.

E a Brava

Sob as palavras fortes

E a todos conhecidas

Não recita regras nem tão pouco o quer

Mas, aos olhos atentos dos transeuntes

Esses não poderão ignorar a verdade a olhos vistos.

Lá estão todos

O operário explorado

O sistema habitante da Bolha invisível

Não faltam ainda

A corrupta e comprometida mídia

E as forças do Estado a postos para o tiro fatal.

As exploradas crianças cantam felizes

O prêmio famélico o pão disputado

Não sacia os inocentes sempre lembrados

E o apresentador conivente enaltece a Bolha.

É a Brava a porta-voz dos calados

É-lhe a praça entregue de coração aberto

E da troca que se estabelece

Ganha o operário novas possibilidades.

E o Teatro a Arte libertadora

Não precisa de espaço sofisticado

Porque de outrora lembranças temos

A Ágora em praça transformada.

E já findada a apresentação feita

O lado para cima

Não era um espetáculo

Mas mais que isso podem crer

Cristalino texto para todos entendido.

Isso é a Brava

A guerreira Joana liderando exército

Queimada foi em nome da ordem

Porém o tempo não apagou

Pra desgosto daqueles que a Bolha habitam

E cerram a vida daquela que resolveu a Bolha enfrentar.

E chegado ao fim o que hoje vimos

Todos que viram não pouparam elogios

Porque como num quadro reconheceram

A Bolha e seus planos ardilosos e nunca falhos.

E aquele corpo imóvel sobre o asfalto ninguém nega

Era o de um trabalhador não contente com a Bolha

Tomba e inerte fica ali exposto e reconhecido

Para todos como a um recado dado

Que a Bolha a espreita sempre está.