E quando pude ver, vi que tudo era súbito
E subitamente tudo tinha se esvaído de mim
E que não perdi as lembranças dos momentos
Muito mais que lembranças, perdi os momentos
Senti que os dias escorriam tal qual coisa perdida
E me procurei em todos os abismos dos espelhos
Quis me achar no cheiro das roupas por lavar
Nem o eco das palavras trazia notícias minhas
Eu vagueava distante da luz e imerso em sombras
Afundado de silêncio no vazio de todas as coisas...
E me procurei tanto e em vão nessa absurdidade
Para descobrir que vã e absurda era a procura
Empreendida obstinadamente a vida inteira
Precisava só de mais um olhar sobre os telhados
Andar por entre troncos pisando folhas mortas
E não entender a luz da lua não mais me encantar
Desconhecer das estrelas seu brilho e seu mistério
Penetrar o silêncio como quem violenta a poesia
Deitá-la na terra, arrancar-lhe as vestes, os enfeites
As jóias, a maquiagem, o pudor, o batom da boca
E ir morrer dentro de sua boca num beijo eterno...
E subitamente tudo tinha se esvaído de mim
E que não perdi as lembranças dos momentos
Muito mais que lembranças, perdi os momentos
Senti que os dias escorriam tal qual coisa perdida
E me procurei em todos os abismos dos espelhos
Quis me achar no cheiro das roupas por lavar
Nem o eco das palavras trazia notícias minhas
Eu vagueava distante da luz e imerso em sombras
Afundado de silêncio no vazio de todas as coisas...
E me procurei tanto e em vão nessa absurdidade
Para descobrir que vã e absurda era a procura
Empreendida obstinadamente a vida inteira
Precisava só de mais um olhar sobre os telhados
Andar por entre troncos pisando folhas mortas
E não entender a luz da lua não mais me encantar
Desconhecer das estrelas seu brilho e seu mistério
Penetrar o silêncio como quem violenta a poesia
Deitá-la na terra, arrancar-lhe as vestes, os enfeites
As jóias, a maquiagem, o pudor, o batom da boca
E ir morrer dentro de sua boca num beijo eterno...