Agora que a tristeza a casa retorna assim tão triunfante
Hão de me condenar sempre recebê-la de braços abertos
E exultante o quanto antes tomá-la para ser só minha
Agora que aquela eterna solidão se faz assim tão inevitável
Hão de me censurar a paciência com o que não pode ser mudado
E a força indisfarçável de aceitar todas as coisas como elas são
Cercam-me as palavras tantas que nunca querem dizer nada
Pois que elas respeitam a dor de quebrar os absurdos silêncios
Se eu fosse ao menos de pedir, estou certo de que pediria
Mas não sou e não peço nada, sou de esperar eternidades
E se fosse de mentir, a ninguém iria ferir com as verdades
Mas nem cuido de ficar tentando dizer quem ou que sou
Porque não vou me exasperar tanto em dizer o que não sei
Agora que o absurdo silêncio vem e se apodera de tudo
Escrevo na dobra dos instantes o que não quero esquecer
E tudo mais encerro no grande baú desses esquecimentos
Só não esqueço nunca que as noites doem mais que as tardes
Não esqueço que as tardes me torturam mais que as manhãs
Mas sei que são as manhãs que dilaceram meus olhares para o tempo
O tempo de calar a solidão desses versos e matar a poesia
Exatamente agora, o quanto antes, bem antes de raiar outro dia...
Hão de me condenar sempre recebê-la de braços abertos
E exultante o quanto antes tomá-la para ser só minha
Agora que aquela eterna solidão se faz assim tão inevitável
Hão de me censurar a paciência com o que não pode ser mudado
E a força indisfarçável de aceitar todas as coisas como elas são
Cercam-me as palavras tantas que nunca querem dizer nada
Pois que elas respeitam a dor de quebrar os absurdos silêncios
Se eu fosse ao menos de pedir, estou certo de que pediria
Mas não sou e não peço nada, sou de esperar eternidades
E se fosse de mentir, a ninguém iria ferir com as verdades
Mas nem cuido de ficar tentando dizer quem ou que sou
Porque não vou me exasperar tanto em dizer o que não sei
Agora que o absurdo silêncio vem e se apodera de tudo
Escrevo na dobra dos instantes o que não quero esquecer
E tudo mais encerro no grande baú desses esquecimentos
Só não esqueço nunca que as noites doem mais que as tardes
Não esqueço que as tardes me torturam mais que as manhãs
Mas sei que são as manhãs que dilaceram meus olhares para o tempo
O tempo de calar a solidão desses versos e matar a poesia
Exatamente agora, o quanto antes, bem antes de raiar outro dia...