UM DIA, UM NATAL
UM DIA, UM NATAL.
Chagaspires.
Era como se todas as estrelas do mundo, estivessem piscando em frente a minha janela.
O colorido faiscante das luzes natalinas brilhando lá fora, fazia-me transportar para outros natais.
Natal onde as luzes brilhavam nas festas de rua, nas barracas pintadas de branco, no carrossel, na onda, na roda gigante ou no coreto da banda de música; aquela saudade dos natais da mocidade.
As comidas típicas, a gruta, a santa lá no alto em seu nicho, embaixo a pastorinha Bernadete.
Os balões multicores, o ar impregnado de cheiro doce, o cheiro das flores do velho cajueiro do pátio da festa.
A euforia do dia culminava com a chegada da noite.
De roupa nova e com algum dinheiro, conseguido com muito esforço, eu seguia para a festa mais esperada do ano; à noite de natal.
Éramos de família pobre.
Minha mãe professora primária abandonada pelo marido, lutava muito para podermos sobreviver. Graças a Deus primeiramente e depois a ela, nunca passamos fome.
Éramos três, eu, Luiz e Carlos, o mais novo.
Sempre nos matais tínhamos roupa nova, pequena ceia e uma grande alegria, dessas que só se tem quando se é criança.
O carrossel já não me empolga como naqueles dias; mas à noite de Natal ainda guarda a magia dos bons tempos de criança.
Na minha casa, com minha mulher e meus filhos, unidos e reunidos, comemoramos mais um natal, o natal do ano 2000; com a alegria de sabermos que natal é a festa do nascimento de Jesus Cristo, que nasceu em nossos corações e que nasce todos os dias nos corações daqueles que o aceitam como salvador do mundo.