NADA...


Diante de mim mesma o meu eu se perde,
Diante dos desencantos da vida
Sou apenas nada;
Sou o próprio desencanto se às vezes canto
E se às vezes canto, canto o próprio pranto.
Diante do que chamam vida eu não me encontro,
Nos recantos desta vida onde há tantos desencontros
Também sou desencantos, lágrimas doridas
Sou apenas o pranto que tento esconder cantando;
Sou a esperança que sonha, sou a ilusão,
Um pequeno grão de areia
Nos desertos de um planeta que chamamos terra
Do qual faço parte mesmo sendo nada.

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Confessou-me alguém que no momento sentia-se quase nada, depressiva...


Brasília, 24/08/2010