Da poesia o que resta
É um tanto de escombros
Ruínas do que não presta
Numa gesta de assombros
Tirar todo o pó da testa
E carregar a dor nos ombros
Restam umas lembranças tantas
E somente essa saudade tamanha...
É ganhar quando se perde às tantas
Tudo o que perde quando ganha.
Resta aquele olhar perdido
Na fria quietude do cais
Resta a falta de sentido
No sentido que não faz mais
Resta resposta alguma
E nem perguntar mais
Resta estrada nenhuma
Resta caminhar jamais
A falta, o orgulho, a culpa
A ferida acesa no peito
Resta não ter qualquer desculpa
Para refazer o que foi desfeito
Resta apenas o estranhamento
A falta do juízo perfeito
Resta ainda o esquecimento
De poder querer tudo refeito
Resta apenas esse vão lamento
De paixão e emoção rarefeito...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 23/08/2010
Reeditado em 04/08/2021
Código do texto: T2454432
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