Somente tu me restaste,
Poesia de quebrar silêncios,
Como que quebrar espelhos.
Poesia de restar solidão,
Como de quem ama a esmo,
Perdido de escuridão
E odiando a si mesmo,
Com ódio tão sincero.
Uns versos desconexos,
Soltos nessa dor em vão,
Dizendo nada que espero...
Não quero lacuna alguma,
A falta de nexo, não quero,
Não quero coisa nenhuma
Que não seja o que espero.
E nem quero esperar sem saber
O que vai ser de uma poesia
Quando quebrar silêncios...
E quando quebrar espelhos,
Não quero saber o que vai ser
Assim, o que vai ser de mim.
Solidão que resta duramente
Num amor assim tão ermo,
Que pode durar eternamente
Preso a esse meio-termo...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 23/08/2010
Reeditado em 04/08/2021
Código do texto: T2454386
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