Noite fria
Noite fria, vento frio de lembranças frescas. Lembranças e fantasmas pairam sobre a cabeça, cinzas são levadas pelo vento, as areias de João Pestana vão embora junto. Ventos de tempestade levam quase tudo, Ventania de tempestade traz o que era levada pelo tempo pelo que pareceram décadas. Décadas são repassadas em segundos, e custam horas de madrugada fria. Na madrugada falta calor humano. Na falta de calor humano sobram sonhos escassos e saudades. Na falta de sonhos escassos sobram lembranças. Na falta de lembranças e saudades sobraria o frio. Na falta do frio sobraria o vento a soprar, e no cessar dos ventos sobraria grãos em plena levitação. As areias do tempo paradas por instantes, ao mesmo tempo que se movem com o todo que não pode ser descrito. Voam horas, levitam as areias, tudo volta à anormalidade de antes. Sonhos que não sonhados voltam aos seus lugares e correntes, embaixo de seus capuzes.