IMPERATIVO

Cinzel cadente rasgue as vivas carnes suspensas, desmascarando os véus dos falsos firmamentos. Abrigue-se no brilho dos olhos ao sentir medo em uma noite sem estrelas. Modele o tempo com o melhor sorriso. Goze com a aflição de todos os abismos. Navegue no acalento dos desejos percebidos. Aproveite o breu para disfarçar as arestas da alma. Converta-se em espelho para retratar a face dos anseios arriscados na roleta das venturas. Ressuscite as novas fadadas ao esquecimento. Dissolva a voz entrecortada no mergulhado grito e deixe ecoar no universo o estrelar das paixões, dos sonhos, das vivências...

E quando pousar, sem corte, cansado dos incessantes trajetos, não se deixe embotar como uma peça sem serventia, guarde o brilho da vida esculpida por suas expressões.

Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 20/09/2006
Reeditado em 20/09/2006
Código do texto: T244996