Robot (Woman)
É feito de espasmos o riso que me assola e me povoa a mente. Fico absorta e nesta ausência de sentir, hiberno no limbo dos inadaptados. E canto, canto, com a voz vazia, um peito em brasa.
Só para sustentar o que já foi dito, já não falo sozinha, isso eu fazia quando não tinha coragem de dizer o que me vai na alma.
Sei que não sou bicho, maugrado me quererem a todo o custo domesticar. Lamento, mas não vai dar. E começa a ladainha...
já ouvi este som tantas vezes, água mole em pedra dura, podem crer que, em mim não fura. Sou de mim o original, não sou molde em papel vegetal, dava jeito, temos pena, mas não dá.
Se há coisas que não se dizem, se há sorrisos que devemos rasgar a quem nos quer, literalmente, lixar, se a verdade é conforme e consoante, doravante, doravante, lá, lá, lá…
Prefiro ficar num canto a ver a hipocrisia passar…Lá,lá,lá…
Talvez, um dia, quem sabe… Eu, na minha senilidade, esqueça a verdade e quem me deu o ser e me passou os valores e acene a outras vontades e me transforme num robot (woman)…
Até lá…lá, lá,lá!!!